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Vacinação Infantil

  • Foto do escritor: SAIBA+
    SAIBA+
  • 21 de jul. de 2020
  • 6 min de leitura

Atualizado: 22 de jul. de 2020


A imunização é um procedimento que diminui significativamente a morbimortalidade e auxilia no controle e erradicação de diversas enfermidades. A imunização dos indivíduos contra as enfermidades mais relevantes para sua faixa etária e região onde habita, constitui-se de uma das principais ações de saúde na prevenção primária de enfermidades.


VISÃO GERAL

É válido destacar que muitos fatores relacionados ao organismo humano são indispensáveis no desenvolvimento de uma resposta adequada ao agente do qual se realiza o processo de humanização, assim, embora exista um calendário vacinal preconizado pelo ministério da saúde, com o surgimento de situações especificas adaptações são feitas. No caso dessas variações, deve-se considerar os mecanismos imunológicos e mecanismos de ação de cada vacina.

A resposta imunológica começa com a exposição a antígenos ambientais, sendo extremamente rápida no RN, assim abro um parênteses para destacar que, sendo o RN pré- termo ou prematuro, ele deve ser vacinado de acordo com a sua idade cronológica, independentemente da sua idade gestacional.

O Calendário de Vacinação 2020 da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) é o resultado de um novo trabalho conjunto – conduzido pelos Departamentos Científicos de Imunizações e de Infectologia –, o documento traz as recomendações mais atuais da entidade para a aplicação de vacinas em crianças e adolescentes hígidos de 0 até 19 anos.

Como dito anteriormente, as recomendações podem sofrer alterações para os pacientes com imunodeficiências ou em situações epidemiológicas específicas. Além disso, quando a vacinação é iniciada fora da idade recomendada, os esquemas podem ser adaptados, bastando respeitar os intervalos mínimos entre as doses.

É válido destacar que todas as vacinas podem ocasionar eventos adversos, em geral leves e transitórios, e que devem ser informados à família.

Destaco, também, que o pediatra possui um papel chave no esclarecimento de pais e responsáveis sobre a importância de se manter o esquema de vacinação das crianças e dos adolescentes em dia. Cabe a este especialista oferecer as explicações necessárias para que as coberturas se mantenham elevadas.

O conhecimento sobre a composição das vacinas auxilia muito os profissionais em suas decisões. As vacinas de vírus atenuados têm entre si características comuns quanto às contraindicações e eventos adversos. Essas vacinas, quando não aplicadas no mesmo dia, exigem intervalo de 15 a 30 dias entre elas, exceção feita às vacinas orais. Aspecto geral também relevante é que as vacinas são usadas em idades em que as doenças são mais prevalentes. Não existe intervalo máximo entre as doses de uma mesma vacina. As contraindicações às vacinas são consideradas absolutas quando não permitem realmente seu uso, e relativas quando o adiamento é mais confortável para o paciente ou oferece mais garantia de imunogenicidade.


O CALENDÁRIO VACINAL


1. BCG - TUBERCULOSE: dose única, cicatriz no local da aplicação é importante para determinar a necessidade de uma 2ª dose, bem como a presença de comunicantes domiciliares de hanseníase. Em crianças filhas de mães que utilizaram imunossupressores na gestação, pode ser indicado o adiamento da vacina.


2. HEPATITE B: primeira dose nas primeiras 12 horas de vida. Segunda dose, 1 ou 2 meses e a terceira dose com 6 meses.

  • Crianças com peso ao nascer menor que 2 kg ou idade gestacional menor que 33 semanas devem receber obrigatoriamente as 4 doses.

  • Crianças e adolescentes maiores de 6 meses não vacinados devem receber 3 doses em esquema 0, 1 e 6 meses.

  • Recém-nascidos filhos de mães HB+ devem receber além da vacina, a imunoglobulina específica até o 7 dias de vida (no membro inferior contralateral à vacina).

3. HEPATITE A: 2 doses a partir dos 12 meses ou dose única com 15 meses.


4. VACINA CONJUGADA (HEPATITE A + B) - primo vacinação:

  • 1 a 15 anos: 2 doses, intervalo de 6 meses;

  • Acima de 16 anos: 3 doses, esquema de 0, 1 e 6 meses.

  • Esquema acelerado → não há tempo para o esquema padrão (0, 7 e 21 dias).

5. PENTA (VACINA COMBINADA – DTP, HIB, HB – DIFTERIA, TÉTANO, COQUELUCHE, HEPATITE B e Haemophilus influenzae tipo B): 2, 4 e 6 meses de vida = lactentes que usam essa vacina irão tomar doses de hepatite B.

6. DTP/DTPa - DIFTERIA, TÉTANO e PERTUSSIS = coqueluche (tríplice bacteriana): a DTPa (acelular), quando possível, deve substituir a DTP (células inteiras) = têm eficácia similar e é menos reatogênica. 5 doses (2, 4 ,6 e 15 meses, entre 4 e 6 anos).

  • DT/DTPa: adolescentes com esquema primário de DTP/DTPa completo devem receber um reforço com DT ou DTPa aos 14 anos.

  • No caso de esquema primário para tétano incompleto, este deverá ser completado com 1 ou 2 doses contando o componente tetânico.

  • Crianças com 7 ou mais anos, nunca imunizadas ou com histórico vacinal desconhecido devem receber 3 doses, contendo o componente tetânico com intervalo de 2 meses entre elas.

7. HIB - Haemophilus influenzae tipo B: quando utilizada pelo menos uma dose de vacina combinada uma 4 dose da HIB. deve ser aplicada aos 15 meses, o que contribui para evitar o ressurgimento das doenças invasivas causadas pelo HIB. em longo prazo.

8. VIP/VOP - POLIOMIELITE: as 3 primeiras doses (2, 4 e 6 meses) devem ser feitas obrigatoriamente com a vacina pólio inativada (VIP) , seguida de 2 doses VOP (pólio oral atenuada) aos 15 meses e 4 anos de idade.

  • É bivalente = tipos 1 e 3 de poli vírus;

  • Evitar VOP em todas as crianças imunocomprometidas e nos seus contatos domiciliares.

9. PNEUMOCÓCICA CONJUGADA - doença pneumocócica invasiva: está indicada para todas as crianças até 5 anos de idade. 2 doses, administradas aos 2 e 4 meses, reforço aos 12 meses (10-valente). A SBP recomenda sempre que possível, o uso da vacina conjugada 13-valente, pelo seu maior espectro de proteção, em 3 doses, 2, 4 e 6 meses e um reforço entre 12 e 15 meses.

  • Crianças com esquema completo de 10-valente podem receber uma dose adicional da 13-valente.

  • Crianças com risco aumentado para a doença devem receber também aos 2 anos a polissacarídica 23-valente.

10. MENINGOCÓCICA CONJUGADA: uso rotineiro para crianças e adolescentes maiores de 2 meses de idade.

  • Utilizar preferencialmente a MenACWY → maior espectro de proteção;

  • Crianças com esquema vacinal completo de MenC podem se beneficiar com uma dose adicional de MenACWY;

  • O esquema de doses varia conforme a vacina utilizada;

  • A recomendação de doses de reforço 5 anos após e na adolescência é baseada na rápida diminuição dos títulos de anticorpos associados à proteção.

11. MENINGOCÓCICA B RECOMBINANTE: Não se conhece até o momento, a duração da proteção conferida pela vacina e a eventual necessidade de doses de reforço.


12. ROTAVÍRUS: 2 vacinas licenciadas (monovalente = 2 doses, 2 meses e 4 meses; penta valente = 3 doses, 2, 4 e 6 meses);

13. INFLUENZA: todas as crianças e adolescentes a partir dos 6 meses de idade. Tri e a quadrivalente, a segunda contempla uma segunda variante da cepa B. A vacina deve ser feita anualmente, e como a influenza é uma doença sazonal, a vacina deve ser aplicada idealmente antes do período de maior circulação do vírus.

14. TRÍPLICE VIRAL E TETRA VIRAL (SARAMPO, CAXUMBA, RUBÉOLA E VARICELA): aos 12 meses de idade devem ser feitas, na mesma visita, as primeiras doses de tríplice viral e varicela, em administração separada ou na vacina tetra viral. A tetra viral se mostrou associada a uma maior frequência de febre em lactentes que recebem a primeira dose com essa vacina quando comparada às vacinas varicela e tríplice viral em injeções separadas. Aos 15 meses de idade deverá ser feita uma segunda dose, preferencialmente com a tríplice. Em situação de risco como, surtos ou exposição domiciliar ao sarampo, é possível vacinar crianças imunocompetentes de 6 meses a 12 meses com a tríplice. E com surto de varicela a vacina dessa doença pode ser utilizada a partir dos 9 meses. Doses aplicadas antes dos 12 meses de idade, não são consideradas válidas, e a aplicação de mais de duas doses após 1 ano é necessária. A segunda dose de varicela deve ser aos 4 anos. A vacina da varicela pode ser indicada na profilaxia pós-exposição dentro de 5 dias após o contato.

15. FEBRE AMARELA: indicada para residentes ou viajantes para áreas com recomendação da vacina. Uma dose de vacina na vida. No entanto, a ocorrência de falhas vacinais primárias, especialmente em crianças com idade inferior a 2 anos, faz com que uma 2 dose seja desejável, em geral a partir de 4 anos de idade. Lactantes de bebês menores de 6 meses, quando vacinadas devem ser orientadas a não vacinar por 10 dias. Deve ser evitada a aplicação da vacina de febre amarela no mesmo dia que a vacina tríplice viral em crianças menores de 2 anos, devido à possível interferência na resposta imune, sendo ideal aguardar um intervalo de 30 dias.

16. HPV- PAPILOMA VÍRUS HUMANO: 2 vacinas (VLPs 16 e 18 - partículas semelhantes ao vírus = HPV 2 e VLPs 6, 11, 16 e 18 = HPV 4);

  • 2 doses com intervalos de 6 meses para indivíduos entre 9 e 14 anos e em 3 doses para maiores de 15 anos (0, 1 a 2 e 6 meses);

  • HPV4 = ambos os sexos;

  • HPV2 = apenas sexo feminino;

  • Imunodeprimidos por doença ou tratamento devem receber o esquema de 3 doses.

DENGUE: 3 doses (0, 6 e 12 meses), crianças e adolescentes a partir de 9 anos e até 45 anos soropositivos. Contraindicada para gestantes, mulheres que amamentam e portadores de imunodeficiência. Não deve ser administrada com outras vacinas do calendário.

Referências.

  1. Documento Científico: Departamento de Imunização e Departamento de infectologia - Calendário de Vacinação SBP 2020.

  2. Malagutti, William. Imunização, imunologia e vacinas. Editora Rubio, 2011.


Mariana Costa Ferreira Righi Rodrigues.

Acadêmica do 7º período de Medicina da Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais.

 
 
 

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