Imunidade adquirida: o papel e a importância da vacina no seu estabelecimento
- simposiosaiba
- 15 de jul. de 2021
- 3 min de leitura
Atualizado: 8 de mar. de 2022
INTRODUÇÃO
O sistema imunológico começa a se formar na fase intrauterina, quando também, o concepto recebe anticorpos da mãe via placenta. Após o nascimento, durante os primeiros meses de vida, o leite materno passa a ser a principal fonte de anticorpos da criança, até que a mesma produza seus próprios anticorpos. Nesse sentido, a imunidade pode ser classificada como inata ou adquirida.
A imunidade adquirida ou adaptativa não se encontra presente desde o nascimento, ela consiste na resposta imune gerada ao longo da vida, que foi ativada após contato com antígenos imunogênicos.
Tal contato pode ocorrer por meio da infecção com o próprio antígeno, promovendo o estabelecimento da doença (resultando em imunidade natural) ou pela introdução de uma forma morta ou atenuada do antígeno imunogênico (promovendo imunidade induzida pela vacina).
O MECANISMO DA VACINA
As vacinas podem ser preparadas de vírus ou bactérias inativadas, com seus produtos, ou micro-organismos inteiros vivos, porém atenuados.

Seu mecanismo de funcionamento é específico, ou seja, atua estimulando o organismo para a produção dirigida de anticorpos contra um determinado agente infeccioso ou contra seus produtos tóxicos.
A vacinação é um meio de se adquirir imunidade ativa não contraindo uma doença infecciosa. Assim, quando o indivíduo é vacinado, o seu organismo tem a oportunidade de prevenir a doença sem os riscos da própria infecção.
Dessa forma, tal prevenção é explicada pelo fato de, mediada por linfócitos, a vacina desencadear uma resposta imune particular denominada imunidade adquirida, que resulta na formação de uma memória imunológica.
ESTABELECIMENTO DA IMUNIDADE ADQUIRIDA
Como supracitado, a vacina é responsável por produzir uma imunidade denominada adquirida, adaptativa ou específica. A imunidade adquirida leva tempo para se desenvolver após a primeira exposição a um novo antígeno.
Entretanto, posteriormente, o antígeno é lembrado e a resposta subsequente a ele é mais rápida e eficaz comparada à resposta que ocorreu previamente. Dessa forma, a imunidade adquirida é a responsável por impedir que um organismo se infecte por um mesmo antígeno ou minimiza os possíveis efeitos decorrentes da doença.
Os glóbulos brancos responsáveis por esse tipo de imunidade são os linfócitos (células T e células B), além das células dendríticas, citocinas e o sistema de complemento (que intensifica a eficácia dos anticorpos).
Esse tipo de imunidade envolve respostas humorais e celulares. A resposta humoral, em decorrência à vacinação, está associada com a prevenção de infeção ou reinfecção e é ativada pelos linfócitos do tipo B, envolvendo a produção de anticorpos específicos.
Já a resposta celular é ativada também por células de defesa, mas nesse caso pelos linfócitos T, responsáveis por destruir os microrganismos ou causar a morte das células infectadas visando eliminar a infecção.

O suporte da memória imunológica é constituído por subpopulações de linfócitos T e B especialmente chamados células memória, por já possuírem contato prévio (exposição primária) com o antígeno, sendo exposição natural ou por meio da vacinação. Assim, os linfócitos B de memória são responsáveis por manter uma secreção lenta e contínua de anticorpos.
Em decorrência das células de memória, frente à uma segunda exposição ao antígeno específico, as concentrações de IgG, um tipo de imunoglobulina, se elevam e uma maior quantidade de anticorpo é produzida nessa resposta (denominada resposta imunológica secundária) do que na resposta imunológica primária. A resposta imunológica secundária é também mais rápida e os anticorpos produzidos, especialmente IgG, são mais eficazes.
CONCLUSÃO
A vacina sensibiliza o sistema imunológico do organismo, fazendo com que ele crie uma memória imunológica específica ao antígeno. A memória imunológica é a capacidade do organismo de reconhecer de forma rápida e específica um antígeno que o corpo encontrou previamente e iniciar a correspondente resposta imunológica.
Uma vez que a resposta imune após a vacinação, resposta imune secundária, é mais rápida e mais eficaz, o organismo se torna capaz de combater e eliminar o antígeno com maior facilidade, dificultando uma possível infecção ou minimizando seus efeitos.
Nesse sentido, a vacina continua sendo a principal forma de prevenção e controle de doenças por desenvolver uma imunidade adquirida. Sendo assim, sua importância ultrapassa a esfera da proteção individual, mas também evita a propagação em massa de doenças que podem levar à morte ou a sequelas graves, comprometendo a qualidade de vida e saúde das pessoas vitimizadas.
REFERÊNCIAS
CREPE, Charles Alberto. Introduzindo a imunologia: vacinas. Apucarana, 2009. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1816-6.pdf. Acesso em: 06 Jul 2021.
TIPOS de resposta imune. Faculdade de ciências médicas – UNICAMP, São Paulo. Disponível em: https://www.fcm.unicamp.br/fcm/en/cipoi/imunologia-celular/overview/tipos-de-resposta-imune. Acesso em: 06 Jul 2021.
IMUNIDADE adquirida. Sanarmed. Salvador, 2019. Disponível em: https://www.sanarmed.com/imunidade-adquirida. Acesso em: 07 Jul 2021.

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