A importância da vacinação nas gestantes
- simposiosaiba
- 9 de set. de 2021
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Atualizado: 8 de mar. de 2022
A maternidade é um período que suscita inúmeras mudanças no organismo da mulher, que se adapta para ser capaz de favorecer um ambiente adequado para o desenvolvimento fetal. Em razão de tais modificações, as gestantes passam a ser consideradas grupo de risco para algumas doenças infecciosas e, nesse sentindo, é importante salientar que estratégias são adotadas visando a redução de número de afecções no binômio mãe-feto. Dessa forma, a vacinação das gestantes se torna uma opção segura e efetiva, uma vez que é capaz de promover uma melhoria efetiva na saúde materna e infantil.
A importância da vacinação se encontra no fato de que anticorpos IgG produzidos pela mãe, são capazes de atravessar a barreira placentária e conferir imunidade passiva- transferência de anticorpos contra antígenos- para o feto. Essa informação é de extrema relevância, haja visto que a imunização primária do feto não está completa até os primeiros seis meses de vida, e sendo assim, a vacinação materna confere uma boa proteção para o bebê.

Fonte: domínio público
Vacinas Recomendas para as gestantes:
- Vacina contra a gripe:
É uma vacina trivalente, ou seja, protege contra três tipos de vírus diferentes, tendo sua composição determinada pela Organização Mundial da Saúde. A vacina em questão muda a cada ano, uma vez que tem por objetivo conferir imunidade contra os vírus da gripe mais comuns da época do ano em que é produzida. Deve ser aplicada uma dose durante a gestação, a qualquer período. Além de promover imunidade contra o vírus da gripe, é efetiva em prevenir casos mais graves, como por exemplo uma pneumonia.
- Tríplice Bacteriana (dTpa-difteria, tétano e coqueluche):
A vacina deve ser aplicada na gravidez, e o seu esquema depende do quadro vacinal prévio da gestante.
Caso ela seja vacinada previamente com pelo menos as três doses da vacina contendo o componente tetânico, aplicar uma dose da dTpa a partir da vigésima semana de gestação. Em gestantes que apresentam vacinação incompleta (tendo recebido apenas uma dose do componente tetânico), dar uma dose da dT e uma dose da dTpa, sendo essa última aplicada a partir da vigésima semana de gestação, e tendo pelo menos 1 mês de diferença entre a primeira e a segunda dose. Para as gestantes que receberam duas doses do componente tetânico, deve-se aplicar uma dose da dTpa a partir da vigésima semana. Por fim, se o histórico vacinal é desconhecido, aplicar dar duas doses de dT e uma dose de dTpa (tendo no mínimo um mês de diferença entre a primeira e a segunda).
Vale enfatizar que a tríplice bacteriana é uma vacina acelular constituída por dois toxoides (tetânico e diftérico) e antígenos purificados contra a Bordella pertussis.
- Hepatite B
A vacina de hepatite B deve ser aplicada em gestantes que não foram previamente imunizadas ou que são susceptíveis à infecção.
Ela é produzida por meio da inserção de um plasmídeo que contem o antígeno de superfície do vírus B (agHbs).

Fonte: Domínio Publico
Vacinas contraindicadas na gestação:
Apesar da importância supracitada em relação a vacinação materna, existem algumas vacinas que são proibidas de serem aplicadas durante a gestação. São elas: HPV, sarampo, rubéola, varicela zoster e tuberculose. Elas não devem ser dadas para a gestante, pois são produzidas com o agente infeccioso atenuado, ou seja, mesmo que tenha a capacidade de infecção baixa, o agente pode ser transmitido para o bebê, e de forma a evitar complicações não devem ser aplicadas.
Vacinas dadas em casos especiais:
Tais vacinas devem ser dadas apenas em casos selecionados. São elas: hepatite A, pneumocócicas, meningocócicas e febre amarela. A exemplo: a vacina da hepatite A deve ser considerada em gestantes que vivem em áreas endêmicas da doença. Vale ressaltar que cada caso deve ser individualizado para que essas vacinas não sejam dadas de maneira desnecessária.
Conclui-se assim, que a vacinação é sim um muito importante tanto para a mãe quanto para o feto. Dessa forma, as mães devem fazer um acompanhamento pré natal adequado para acompanhar a sua necessidade vacinal e os médicos devem sempre expor a necessidade e importância do ato de vacinar, de forma a sanar todas as preocupações, dúvidas e mitos acerca desse processo. As vacinas, de forma indireta, conferem uma proteção para o bebê quando este ainda não é capaz de ter seu sistema imunológico completamente efetivo.
Referências:
BEREK, Jonathan S. Tratado de Ginecologia Berek & Novak. 14 ed. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan.
Ministério da Saúde. Programa Nacional de Imunização [Internet]. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2021 Available from: https://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/vacinacao/sobre-o-programa
SOCIEDADE BRASILEIRA DE IMUNOLOGIA. Calendário de vacinação de gestantes: recomendações da sociedade brasileira e imunologia. In: Calendário vacinação. [S. l.], 2021. Disponível em: https://sbim.org.br/images/calendarios/calend-sbim-gestante.pdf. Acesso em: 7 set. 2021.
MANUAIS da Federação Brasileira de Ginecologia (FEBRASGO) disponível em : http://www.febrasgo.org.br.
BRICKS, Lucia. VACCINES IN PREGNANCY: A REVIEW OF THEIR IMPORTANCE IN BRAZIL. Vaccines, REV. HOSP. CLÍN. FAC. MED. S. PAULO, 2003

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