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Psoríase

  • Foto do escritor: SAIBA+
    SAIBA+
  • 27 de jan. de 2020
  • 3 min de leitura

O QUE É

Você provavelmente já ouviu falar da psoríase: uma doença inflamatória comum caracterizada por apresentar sintomatologia cíclica - ou seja, sintomas que reincidem periodicamente. Sua forma mais comum manifesta-se principalmente através de manchas vermelhas, secas e escamosas na pele, apesar de poder assumir as mais variadas formas. Estudos epidemiológicos mostram que ela incide principalmente em adultos, e sua prevalência cresce com a distância do equador. No Brasil, atinge quase 1% de todo o contingente populacional, evidenciando sua importância no meio clínico e científico. Sua etiologia se relaciona a três principais fatores: ambiental, genético e imunológico, sendo o último o principal abordado a seguir nesta publicação.


IMUNOPATOGÊNESE

Na imunopatogênese da psoríase estão envolvidas tanto células da imunidade inata, como queratinócitos, células dendríticas - principalmente as mielóides - macrófagos, neutrófilos, mastócitos e células endoteliais, quanto da imunidade adaptativa ou adquirida - os linfócitos T. O desencadeamento inicial do processo inflamatório se deve a um fator ambiental, como uma infecção, trauma mecânico ou stress, possivelmente somado a uma predisposição multigênica do indivíduo em questão - entre 30% e 40% dos pacientes de psoríase têm histórico familiar da doença. Assim, células imunes inatas são ativadas e passam a produzir citocinas e fatores de crescimento. Sua ativação pode ocorrer também pela ligação de antígenos em receptores Toll dessas células. Com isso, o antígeno é processado pela célula dendrítica, que migra para o linfonodo regional e realiza a apresentação de antígenos ao linfócito T. Os linfócitos T ativados diferenciam-se principalmente em Th1 (T-helper 1) e Th17 (T-helper 17), estimulados pelo microambiente criado pela secreção de citocinas das células inatas, e passam a secretar INF-γ, TNF-α, IL-2 e IL-17, TNF-α, IL-6, IL-22, respectivamente. Os linfócitos T ativados, com o auxílio da sinalização por quimiossinas, migram para a pele através de moléculas de adesão do endotélio e de sua própria membrana, e lá se ligam a macrófagos e células dendríticas, promovendo a amplificação desse sinal.

As células dendríticas mielóides, abundantes na psoríase, são responsáveis pela produção de IL-20 (que estimula a proliferação de queratinócitos), sintetase indutora da produção de óxido nítrico (iNOS), que favorece a vasodilatação; IL-23, a qual induz a proliferação de Th17, que, por sua vez, intensifica a proliferação de queratinócitos, e, por último, TNF-α, que estimula nos queratinócitos a produção de proteínas quimiotáticas para neutrófilos e a angiogênese. Assim, enquanto em um indivíduo saudável a renovação da pele ocorre a cada 30 dias aproximadamente, na pele psoríaca a proliferação descontrolada de queratinócitos faz com que células basais atinjam a superfície em 3 a 5 dias, onde se acumulam e provocam as placas características da doença.


TERAPIAS

Ainda não foi descoberta uma cura para a psoríase, mas as medidas para prevenção e tratamento são amplamente conhecidas. O indivíduo diagnosticado deve evitar fatores desencadeantes da doença, como traumas, infecções e uso dispensável de medicamentos. Diante de uma nova crise, recomenda-se que o tratamento seja feito com medicações combinadas, variando o leque de remédios utilizados a cada episódio. Diferentes drogas atuam na supressão, controle de migração e modulação da proliferação de células T, além do bloqueio da estimulação dos receptores ou co-estimulação das mesmas.


Referências

1. LIMA, Emerson de Andrade; LIMA, Mariana de Andrade. Imunopatogênese da psoríase: revisando conceitos. An. bras. dermatol, v. 86, n. 6, p. 1151-1158, 2011.

2. RODRIGUES, Ana Paula; TEIXEIRA, R. M. Desvendando a psoríase. RBAC, v. 41, n. 4, p. 303-309, 2009.

3. FELDMAN, Steven. Psoriasis: Epidemiology, clinical manifestations, and diagnosis. UpToDate, 30 dez. 2019. Acesso em: 8 jan. 2020.

4. LIMA, Bruna de Sousa Brandão; DA CUNHA, Marcus Alisson Araújo; DE OLIVEIRA, Marcia Silva. ASPECTOS IMUNOPATOLÓGICOS DA PSORÍASE. In: Proceedings of Safety, Health and Environment World Congress. 2013. p. 116-119.

5. SANCHEZ, Ana Paula Galli. Imunopatogênese da psoríase. An. Bras. Dermatol., Rio de Janeiro , v. 85, n. 5, p. 747-749, Oct. 2010.

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Beatriz de Faria Chaimowicz.

Acadêmica do 4º período de Medicina da Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais.

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