ONCOLOGIA: MERCADO E RESIDÊNCIA
- SAIBA+
- 6 de out. de 2020
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A Oncologia é a ciência que estuda o câncer e como ele se forma, instala-se e progride, bem como as modalidades possíveis de tratamento. Câncer ou enfermidades oncológicas são denominações utilizadas para descrever um grupo de doenças que se caracterizam pela anormalidade das células e sua divisão excessiva. Existe uma grande variedade de tipos de câncer. Provavelmente, todos os diferentes tipos de câncer não têm uma única causa, mas sim uma etiologia multifatorial. Para que a doença ocorra, parece ser necessária uma operação conjunta de vários fatores tais como, a predisposição genética, a exposição a fatores ambientais de risco, o contágio por determinados vírus, o uso do cigarro, a ingestão de substâncias alimentícias cancerígenas, e muitos outros. Dentro da Oncologia, há a Oncologia Pediátrica (em que, juntamente a hematologistas pediátricos, se cuida de crianças com câncer, atividade que coloca o profissional diante de situações de forte carga emocional) e a oncologia clínica (especialidade essencialmente ambulatorial, que se dedica ao tratamento clínico de tumores malignos sólidos em adultos). Nesse sentido, tem-se que o médico que cuida dos aspectos clínicos é chamado oncologista clínico. Além deste, outros profissionais envolvidos no tratamento são o patologista, pediatra, psiquiatra, enfermeiro, médicos nucleares e cuidados paliativos, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, nutricionista, cirurgião oncológico, o radioterapeuta/ radiologista e o psicólogo/ psico-oncologista - a partir da publicação da Portaria nº 3.535 do Ministério da Saúde, publicada no Diário Oficial da União, em 14/10/1998, a qual determina a presença obrigatória do psicólogo nos serviços de suporte, como um dos critérios de cadastramento de centros de atendimento em Oncologia junto ao SUS -, que participam de uma equipe multidisciplinar. Assim, nota-se que é ampla a diversidade de profissionais que são necessários na equipe oncológica, tornando-se, dessa forma, uma área atrativa para o mercado de trabalho. De modo geral, o oncologista clínico não trabalha em regime de plantões, exceto nos setores de quimioterapia e dos plantões de intercorrências, que funcionam no esquema de sobreaviso. No dia a dia da profissão, o tratamento oncológico sistêmico se faz muito presente – isso inclui a quimioterapia. Há, ainda, a hormonioterapia e as “terapias-alvo”. Apesar do regime de trabalho ser predominantemente ambulatorial e com poucos plantões, a carga horária elevada também é um ponto a ser lembrado quando se fala em desafios da oncologia clínica. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a estimativa para 2020 é que sejam diagnosticados 625.360 casos de neoplasias malignas no Brasil em 2020. O grande número de casos da doença provoca também um grande avanço em técnicas de diagnóstico e tratamento. Por esses e outros motivos, o mercado de trabalho em oncologia clínica está em expansão no país. O Brasil tem 3.583 especialistas titulados pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e o número de vagas em residência médica tem crescido nos últimos anos. Atualmente, as melhores propostas de trabalho estão nas cidades de grande e médio e porte no interior do país. De acordo com uma pesquisa feita pelo site Salário, a remuneração média de um oncologista no Brasil é de R$ 9 mil reais para uma jornada de 24 horas semanais de trabalho. A residência médica em oncologia clínica dura três anos e tem como pré-requisito dois anos completos de residência em clínica médica. A grade curricular inclui estágios nos diversos campos de atuação da especialidade. No primeiro ano, o foco é na avaliação dos pacientes internados, que vai sendo gradualmente substituído pelo atendimento ambulatorial nos dois anos consecutivos. Também há estágios em pronto atendimento, em radioterapia e períodos disponíveis para a realização de estágios em serviços externos. Apesar de ser uma tendência, no Brasil ainda não há a possibilidade de fazer uma subespecialização após os três anos de residência. Entretanto, alguns profissionais optam por complementar a formação no exterior, nas chamadas fellowships. Assim, é fato que a área de atuação oncológica é promissora, sem ainda apresentar um quadro de saturação de profissionais atuantes, de acordo com a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC). E ainda, O número crescente de diagnósticos, novos tratamentos e o aumento de vida da população comprovam que tende a crescer cada vez mais.
Referências.
1. CARVALHO, Maria Margarida. Psico-oncologia: história, características e desafios. Psicologia USP, v. 13, n. 1, p. 151-166, 2002.
https://pebmed.com.br/oncologia-clinica-saiba-os-principais-desafios-e-oportunidades-da-area/
2. RAMALHO, Mirian Aydar Nascimento; NOGUEIRA-MARTINS, Maria Cezira Fantini. Vivências de profissionais de saúde da área de oncologia pediátrica. Psicologia em Estudo, v. 12, n. 1, p. 123-132, 2007.
3. SanarMed: “Oncologia: residência, áreas de atuação, rotina e mais!”. Disponível em: https://www.sanarmed.com/oncologia-residencia-areas-de-atuacao-rotina-e-mais

Rayssa Oliveira Lucchesi Batista.
Acadêmica do 4º período de Medicina da Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais.
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