Leucemia Linfoide Aguda (LLA)
- SAIBA+
- 20 de abr. de 2020
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Atualizado: 29 de mai. de 2020
INTRODUÇÃO A LLA é uma doença maligna derivada das células linfóides indiferenciadas (linfoblastos) que estão presentes em grande número na medula óssea, no timo e nos gânglios linfáticos. É acumulado grande quantidade de linfoblastos em diferentes etapas da maturação, pois os mesmos mantêm capacidade de multiplicação, mas não de diferenciação até formas maduras e normais. Sua incidência é maior entre crianças de 2 a 5 anos, numa porcentagem de cerca de 70%, sendo mais comum naquelas de cor branca e do sexo masculino. Na maioria dos casos, a LLA invade o sangue com razoável rapidez e pode se disseminar para outras partes do corpo, como os gânglios linfáticos, fígado, baço, sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal) e testículos. O desenvolvimento de combinações terapêuticas, utilizando diversas drogas citotóxicas com ou sem transplante de medula óssea, tem aumentado o percentual de cura da criança portadora da leucemia em mais de 80%.
MANIFESTAÇÃO CLÍNICA
Os sintomas frequentemente relatados por portadores de LLA são fadiga, letargia, dor óssea (difusa ou localizada) com tendência de se tornar artralgia e/ou artrite, diferentes graus de anemia, perda de peso, neutropenia, trombocitopenia, infiltração dos tecidos pelos blastos, palidez, pirexia, sangramento. Em casos mais graves, pode haver aumento dos gânglios, inflamação dos testículos, vômitos, dor de cabeça, acometimento ocular, priapismo e síndromes compressivas medulares.
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
Inicialmente, é realizado o hemograma e a distensão sanguínea para fins de avaliar o índice de leucometria no sangue, que na grande maioria dos casos, está superior à 100.000/mm³. Além disso, nesses exames é possível evidenciar a presença de anemias normocítica, normocrômica e trombocitopenia. Para que haja o diagnóstico definitivo, é realizado o mielograma, que fará a análise da amostra de medula óssea, normalmente retirado do osso esterno ou do ilíaco. Deverá ser constatado um número maior ou equivalente à 20% de células imaturas. Por fim, é pelo exame de imunofenotipagem que é possível distinguir imunologicamente e classificar a LLA em linhagem B ou T, de acordo com os traços imunofenotípicos dos linfoblastos.
TRATAMENTO
O tratamento é fundamentado em quimioterapia, tendo atenção à condição clínica, imunológica, citogenéticas do paciente e se há ou não algum comprometimento e/ou abrangência de outros órgãos, para escolha do método mais efetivo. A quimioterapia é dívida em três etapas: indução, consolidação e manutenção. Uma das principais drogas utilizadas é o metotrexato (MTX), que atua inativando a disseminação das células malignas, sendo administrado em alta concentração na fase de consolidação no processo quimioterápico. O mesmo possui efeitos adversos, afetando os revestimentos mucosos do organismo. Alguns dos efeitos colaterais mais importantes da quimioterapia são provocados pela diminuição dos glóbulos brancos do sangue. Muitas vezes precisam ser administrados antibióticos e medicamentos para prevenir infecções fúngicas e virais antes que o paciente apresente sinais de infecção ou ao primeiro sinal de que uma infecção possa estar se desenvolvendo, como uma febre. Também podem ser administrados medicamentos conhecidos como fatores de crescimento, como filgrastim, pegfilgrastim e sargramostim, para ajudar na recuperação dos glóbulos brancos e reduzir a possibilidade de infecção.
Referências. 1. Rocha BC. Leucemia linfoide aguda: relato de um caso e revisão de literatura. Comissão de Residência Médica do Hospital do Servidor Público Municipal. São Paulo (SP), 2012. [citado em 10 de abril de 2017]. Disponível em: http://sms.sp.bvs.br/lildbi/docsonline/get.php?id=2651 2. Silva KR, Gomes DLR. Profilaxia com Sulfametoxazol/Trimetoprim em pacientes pediátricos com Leucemia Linfoide Aguda. Base de Trabalhos de Conclusão de Curso-IFRJ-Campus Realengo, v. 1, n. 1, 2014 [citado em 09 de abril de 2017]. Disponível em: http://revistascientificas.ifrj.edu.br:8080/revista/index.php/saudeeconsciencia/article/view/353/244 3. Ikeuti PS, Borim LNB, Luporini RL. Dor óssea e sua relação na apresentação inicial da leucemia linfoide aguda. Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, v. 28, n. 1, p. 45-48, 2006 [citado em 10 de abril de 2017]. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbhh/v28n1/v28n1a11

Letícia Cardoso Dutra.
Acadêmica do 4º período de Medicina da Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais.
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