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Artrite Reumatoide

  • Foto do escritor: SAIBA+
    SAIBA+
  • 14 de jan. de 2020
  • 3 min de leitura

ASPECTOS GERAIS E EPIDEMIOLÓGICOS

A Artrite Reumatoide (AR) é uma doença autoimune, inflamatória, sistêmica, crônica, progressiva e simétrica, associada a alterações inflamatórias no tecido conjuntivo. A doença acomete, em maior número, as mulheres em relação aos homens, na proporção de 2:1. A faixa etária de maior acometimento é entre 30 e 50 anos.


ETIOLOGIA

A etiologia da AR não é totalmente conhecida, apresentando prováveis fatores. Em relação aos fatores genéticos, pode-se destacar o alelo HLADRB1, encontrado em 67% dos casos de pacientes com AR. E ainda, a AR pode ser resultado de fatores hormonais (gravidez, puerpério, amamentação, nuliparidade) e ambientais (tabagismo, infecções - como na mucosa oral -, sílica, estresse, obesidade).


FISIOPATOLOGIA

A AR, doença reumatológica intimamente associada a problemas ortopédicos, caracteriza-se por uma inflamação crônica nas articulações, evoluindo para artrite. Subjacente ao processo inflamatório que, tipicamente, ocorre na AR, está a migração de células sanguíneas e de mediadores inflamatórios para o interior das articulações, resultando em hiperplasia sinovial e das células linfoides, ou seja, relacionadas ao sistema imune. O tecido inflamatório neoformado (pannus) cresce sobre a cartilagem articular – bem como ligamentos, tendões e ossos –, revestindo-a e ligando-se a ela de tal forma que não é possível ser destacada. Dessa forma, ocorre a degradação do colágeno tipo II por metaloproteinases da matriz (MMPs) e por outras enzimas produzidas por células sinoviais e condrócitos quando estimulados por citocinas, como TNFα, IL1, IL6, IL 17 e oncostatina. Além do colágeno tipo II, o proteoglicano agrecan é outro importante componente da cartilagem. Este proteoglicano confere à cartilagem propriedades de resistência à compressão, mantendo as moléculas de água nos tecidos. Na AR, há diminuição do agrecan na cartilagem, devido à ação de agrecanases, pertencentes à família das metaloproteinases ADAMTS (desintegrina-metaloproteases com um domínio idêntico à trombospondina). As erosões ósseas são um processo irreversível que ocorre precocemente na AR. Nesta doença, o equilíbrio entre a reabsorção e a formação ósseas está alterado, com aumento da reabsorção. Esta é mediada pelos osteoclastos, células ósseas que produzem enzimas capazes de degradar o tecido ósseo por meio da remoção do cálcio e do fósforo inorgânico.


SINTOMATOLOGIA, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

As manifestações clínicas predominantes da AR são artrite simétrica aditiva de pequenas articulações de mãos e pés, fadiga e febre baixa, rigidez matinal e nódulos subcutâneos. Ademais, pode-se relacionar duas síndromes à AR, são elas a Síndrome de Felty, caracterizada por um estágio mais agressivo da doença, podendo provocar esplenomegalia e leucopenia, e a Síndrome de Caplan, cuja principal característica é a pneumoconiose. Em relação aos achados laboratoriais, deve-se procurar indicativos de inflamação sistêmica. O tratamento pode ser não medicamentoso, com medidas como intervenção dietética e nutricional, fisioterapia, vacinação, controle cardiovascular e intervenção psicossocial, ou medicamentoso, além de ser necessário acompanhamento de hemograma, creatinina, enzimas séricas (como AST e ALT, enzimas que diagnosticam lesão hepática), sorologia de Hepatite B e C e radiografia.


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em conclusão, a AR é uma patologia que provoca muitas dores em diversos locais do corpo, impossibilitando as atividades cotidianas do indivíduo acometido. Dessa forma, é de significativa importância seu estudo e sua divulgação.


Referências

1. Rego, C. M. (2010). Artrite reumatóide: fisiopatologia e terapêutica biológica (Doctoral dissertation, Universidade da Beira Interior).

2. WEYAND, Cornelia M. et al. Alelos HLA – DRB1 na polimialgia reumática, arterite de células gigantes e artrite reumatóide. Artrite e Reumatismo , v. 37, n. 4, p. 514-520, 1994.

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Rayssa Oliveira Lucchesi Batista.

Acadêmica de Medicina do 3º período da Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais.

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