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DIAGNÓSTICO DA INFECÇÃO PELO HIV

  • Foto do escritor: simposiosaiba
    simposiosaiba
  • 14 de out. de 2021
  • 3 min de leitura

Após a descoberta do HIV, foram desenvolvidos imunoensaios para o diagnóstico da infecção. Até então, 4 gerações de imunoensaios foram desenvolvidas e foram definidas de acordo com a evoluçã das metodologias empregadas, a partir do primeiro ensaio disponível.


PRIMEIRA GERAÇÃO

Disponível em 1985, esse ensaio empregava antígenos virais, obtidos a partir da lise viral em cultura de células. A detecção de anticorpos era baseada na metodologia denominada ELISA indireto, ou seja, a presença de anticorpos específicos era detectada por um conjugado constituído por um anticorpo anti-IgG humana. Esse ensaio é considerado pouco específico e, pelo fato de detectarem apenas IgG, também são menos sensíveis do que os ensaios de gerações posteriores. Além disso, a janela de soroconversão dos ensaios de primeira geração é de 6 a 8 semanas.


SEGUNDA GERAÇÃO

Em 1987, surgiu a segunda geração de ensaios, que empregava o mesmo formato indireto da primeira geração. A diferença entre essas duas gerações foi a utilização de antígenos recombinantes e peptídeos sintéticos, originados de regiões específicas de proteínas do vírus. A introdução de antígenos recombinantes aumentou a sensibilidade e a especificidade dos ensaios, diminuindo sua janela de soroconversão para 28 a 30 dias.


TERCEIRA GERAÇÃO

No início dos anos de 1990, o problema da variabilidade do HIV tornou-se evidente. Os ensaios passaram a incluir antígenos para o HIV-2, com o objetivo de possibilitar o reconhecimento de anticorpos anti-HIV-1 e anti-HIV-2. Adicionalmente, novos antígenos do HIV-1, grupos M, N e O foram incluídos. Em 1994, surgiram os ensaios de terceira geração, que passaram a utilizar outro formato, denominado ELISA sanduíche ou imunométrico, o qual utiliza antígenos recombinantes ou peptídeos sintéticos tanto na fase sólida quanto sob a forma de conjugado. A modificação do formato dos testes para ELISA sanduíche ou imunométrico tornou o ensaio mais sensível e específico, pois todas as classes de anticorpos anti-HIV (IgG, IgM e IgA) passaram a ser detectadas. Além de ter reduzido a janela de soroconversão para 22 a 25 dias.


QUARTA GERAÇÃO

A evolução tecnológica permitiu o desenvolvimento dos ensaios de quarta geração. Esses ensaios apresentam as mesmas características dos ensaios da geração anterior, mas são capazes de detectar, também, o antígeno p24. O componente de detecção de antígeno p24 é constituído por um anticorpo monoclonal na fase sólida (para capturar o antígeno p24 presente no soro) e de um conjugado constituído por um anticorpo poliespecífico contra a proteína p24. Além disso, a janela diagnóstica dos ensaios de quarta geração é de aproximadamente 15 dias.


Além dos Imunoensaio de triagem, existem os testes rápidos (imunoensaios simples, que podem ser realizados em até 30 min), os testes moleculares que detectam a presença ou ausência do vírus ou quantificam a Carga Viral em uma amostra (mais adequados para o diagnóstico de infecções agudas e/ou recentes) e os testes confirmatórios convencionais (Western blot - WB, Imunoblot - IB, ou Imunoblot Rápido – IBR) que são mais adequados para indivíduos que mantêm a viremia em um nível que pode ser indetectável em testes moleculares (chamados de “controladores de elite”).

Diante da diversidade de cenários possíveis no HIV, não é possível utilizar apenas um tipo de teste para cobrir todas as situações que se apresentam para o diagnóstico da infecção. Dessa forma, casos de infecção recente são melhor identificados com a utilização de um teste de 4ª geração como teste de triagem e um teste molecular como teste confirmatório, enquanto que os “controladores de elite” são facilmente identificados com imunoensaios de 3ª ou 4ª geração e um WB como teste confirmatório.


CONCLUSÃO:

A partir disso, é considerado caso de infecção pelo HIV aquele que apresenta resultados positivos em dois testes, com metodologias diferentes, de qualquer uma das quatro combinações descritas no quadro abaixo.



REFERÊNCIAS:

  1. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Doenças Sexualmente Transmissíveis, Aids e Hepatites Virais. Manual técnico para o diagnóstico da infecção pelo HIV [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2013

  2. NETO, Lauro Ferreira da Silva Pinto; et al. Protocolo brasileiro para Infecções Sexualmente Transmissíveis 2020: infecção pelo HIV em adolescentes e adultos. Epidemiol. Serv. Saude, Brasília, 30(Esp.1):e2020588, 2021



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