Uma abordagem inicial sobre as Hepatites Virais
- simposiosaiba
- 20 de nov. de 2021
- 2 min de leitura
Hoje vamos abordar um pouco a respeito de quais são as hepatites virais mais presentes em território brasileiro, quais suas diferenças, tratamento e como diagnostica-las.
Atualmente, no Brasil, as Hepatites virais mais prevalentes são a Hepatite C, B, D e A, em respectiva ordem de prevalência epidemiológica. A hepatite C, atualmente a mais prevalente provavelmente devido a falta de uma vacina para prevenção da mesma, abordou aproximadamente 60% dos casos de 2000 a 2017, em consonância a isto, o numero de caso das outras hepatites foi caindo conforme desenvolvimentos em saneamento básico e vacinação.
Ao diferencia-las, podemos começar por explicar de forma sucinta sobre a Hepatite A. Esta tem uma transmissão oral-fecal, ou sexual oral-anal. Ela atualmente apresenta uma fase sintomatológica prodrômica, com sintomas gripais e podendo evoluir para fases ictérica, com presença de aumento de bilirrubina direta a indireta, e fulminante com sintomas agudos que são indicados a internação do paciente. O tratamento cursa com medicação de sintomáticos, visando tratar os sintomas gripais, evitando sempre o uso de AINEs como paracetamol, devido sua enorme hepatotoxicidade. A vacina para hepatite A foi iniciada em 2014 e recomenda-se o programa de 3 doses com 6 meses de distancia entre uma e outra, sendo realizados exames de antígeno anti-VHA.
A hepatite B consiste em um ataque hepático mais acentuado, e tem possibilidade de cronificação. Sua transmissão pode ser sexual ou vertical. A transmissão vertical ocorre de forma intrauterina, não havendo necessidade de cesárea na tentativa de prevenção. Na criança cuja mãe se encontra infectada pelo vírus, deve ser feita a profilaxia vacinal imediata e uso de imunoglobulinas para que prepare o organismo do recém nascido para uma possível agudização do vírus. Para diagnostico desta hepatite, temos algumas sorologias importantes, como HbeAg (indicador de replicação viral), HbsAg (indicador de infecção aguda do paciente), HbcAg (caso seja encontrado o anticorpo anti-HbcAg, indica infecção aguda pela doença)
A hepatite C diferentemente das outras hepatites, não possui método de vacinação profilática, então deve ser feito um diagnostico cuidadoso e tratamento bem acompanhado. O diagnostico consiste na sorologia por anti-HCV, que deve ser feito em crianças acima dos 18 meses de idade, uma vez que o IgG da mãe permanece no organismo do recém nascido ate esta idade, e a partir disto, em pacientes que tenham fatores de risco, como baixo saneamento básico, visto que sua outra forma de infecção além da vertical seria a parenteral. O tratamento para hepatite C deve ser feito por especialistas e consiste na associação de interferon alfa com Ribavirina, um tratamento que dura de 12 a 24 meses.
A hepatite D tem por método de transmissão uma infecção conjugada com a hepatite B, então sua via de transmissão são iguais e métodos de profilaxia também, o que vai alterar são presença de sintomas de ambas, conjugadas, em sua forma aguda ou crônica, onde a cronificação da mesma gera uma maior chance de evolução cirrótica ou de carcinoma hepático (2 a 4% dos casos de cirrose evoluem para tumores malignos).

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